O texto que se segue é o capítulo X de Solo per Amore, o novo livro da Prof.ª Eugénia Signorile, cuja publicação continuamos a aguardar e que é uma espécie de versão reduzida da Figlia del Dolore Madre di Amore. É no capítulo X que vemos Jesus a elevar a nossa Beata aos cumes mais altos; são frases como as que abaixo se citam que nos dão a medida da sua grandeza verdadeiramente excepcional.
O título adoptado não corresponde ao de origem.
Todas as citações, à excepção de duas, foram conferidas pelo original português.
A Alexandrina, em jejum total, nutre-se agora só de Jesus: vive de Jesus Eucarístico e do seu divino Sangue. Mas mesmo espiritualmente está agora “fundida” com o seu Esposo, com o seu Tudo.
Jesus diz-lhe:
Minha filha, amor, amor, amor! O teu coração e o meu é um só: estás toda transformada em Mim. Eu sou a tua vida: não tens a vida humana, tens a vida divina. Não tens vida da Terra, vives a vida do Céu.
A tua vida terá sempre espinhos, um espinho penetrará outro espinho e, assim crucificada à minha semelhança, passarás ao Céu, cravada na cruz por amor de Mim.
A tua vida é vida de Cristo: vive Cristo transformado em ti.
Sobes o Calvário, porque não posso subi-lo Eu agora. Levas a cruz, porque não posso levá-la Eu também.
És um cordeirinho sacrificado e imolado. Dás a vida na maior das agonias, porque agora não posso Eu sofrer assim.
Jesus, enquanto lhe dá a gota do seu divino Sangue, diz-lhe:
Recebe-a, que bem dela necessita o teu corpo e a tua alma: é a tua vida, é a vida de Cristo Redentor.
E assim fica transformada a vida da crucificada na vida de Cristo Redentor, de Cristo crucificado.
A Alexandrina está bem consciente de não ser capaz de cumprir sozinha a grande missão para a salvação das almas.
A minha vontade está pronta mas à natureza, à pobre natureza, repugna tanto sofrimento; tenta muitas vezes dizer: não posso, não posso mais!
E é verdade, Jesus, que eu não posso. Mas podeis Vós! Sois Vós que sofreis, sois Vós que caminhais, sois Vós que levais e amais a cruz que me dais.
Eu não posso, eu não vivo, não sofro, não amo – eu não existo.
Mas sim existe o sopro da Vossa vida que por mim passa.
A propósito deste “sopro”, chegados a 1955, Jesus dir-lhe-á:
Tem coragem! Repete sempre o teu “creio!”. (…)
Este sopro já correu todo o mundo; por ti já (a humanidade) recebeu o sopro da graça, o sopro do amor.
Continuam ditosos os que se aproveitam dele.
E, voltando a 1949, Jesus reafirma:
É Cristo a viver em ti, a sofrer em ti, a amar em ti.
Vives em Cristo e para Cristo. Todo o teu viver é Cristo.
És a alegria e a glória do Altíssimo. Confia, confia, minha filha:
Eu trabalho e opero em ti grandes maravilhas para minha glória e para tudo reverter em favor das almas.
A Alexandrina teme sempre enganar-se sobre os seus fenómenos místicos, que não compreende e teme que sejam fruto de sua imaginação. Jesus assegura-lhe:
Não estranhes se não compreenderes a tua vida, porque é impossível à criatura humana compreender tal e qual é a vida divina: no Céu a compreenderás. No Céu verás sem dúvida que só de Mim viveste.
Minha filha, minha filha, que união a dos nossos corações! Nada há que nos separe.
Sofremos na mesma dor, amamos no mesmo amor: Eu sou um contigo. Vivo em ti a mesma vida que vivo com o Pai e como sou um com Ele.
Vim pelo Pai, em nome do Pai, à Terra a resgatar o mundo.
Tu, em meu nome, em Mim e por Mim, continuas a minha obra salvadora.
Contemplemos um êxtase de amor, com a transfusão de sangue:
Fiquei com a cabeça pousada no regaço de Jesus. Parecia-me estar no centro de uma fogueira imensa, infinita de amor.
Estas labaredas, este fogo penetrou em todo o meu ser. O meu coração e a minha alma tomaram uma nova vida.
Eu já não era eu: era só Jesus.
Senti-me como se ali adormecesse (...) (segue-se a transfusão).
Que dilatação eu senti (no coração)! O meu pequenino coração ficou grande como o Céu.
Não tive força para aguentar tanta grandeza.
- Jesus, Jesus, não posso! Não resisto à grandiosidade do vosso amor.
- Eu estou aqui, minha filha: comigo nada podes temer. Eu venço, Eu sofro, Eu amo em ti. Estás transformada em Cristo, vives a vida de Cristo, dás às almas a vida de Cristo.
Na união total, um é transformado no outro. Jesus, enquanto dá a gota de sangue, reforça mais uma vez a transformação:
Oh, maravilha! Oh, maravilha!
É Cristo a viver por ti, é Cristo a falar por ti, é Cristo a amar em ti!
É Cristo transformado em ti!
Dois corações num só coração – diz Jesus – incendiados numa só chama, enleados numa só cadeia de amor.
O trecho seguinte é um pouco um resumo e evidencia a generosidade do amor da Alexandrina para o seu Jesus, amor tudo oblativo:
- O meu divino Coração sofre pelo teu coração; o meu divino Coração ama pelo teu amor. Amo Eu e amas tu; tu amas com o meu amor, tu dás-te pelo meu amor; tu gastas-te, tu consomes-te por amor a Mim e por amor às almas.
Tu sofres e Eu sofro em ti. (...) Sofro em ti sem sofrer. Eu sou em ti a tua força. Tu sofres para não sofrer Eu. Tu amas para Eu ser sempre mais amado.
Toda a dor fica no teu coração, e a consolação e a alegria vêm ao Meu.
- Está bem, Jesus, sem dúvida. Com isto estou contente. Que sofra o meu coração para não sofrer o vosso são os meus desejos. Amar-Vos e consolar-Vos são as minhas aspirações.
Jesus exprime de modo admiravelmente incisivo esta forma de união:
Eu sou
a luz dos teus olhos,
o movimento dos teus lábios,
o amor e o Senhor do teu coração.
Mas recordemos sempre que a missão da nossa Alexandrina é a de vítima imolada, ou seja, a mesma do divino Cordeiro.
Eis quanto sente, já no fim de 1945, enquanto revive a Paixão no Horto, só na intimidade:
Eu era Jesus e Jesus era eu:
nós dois éramos
a mesma oferta ao Céu.
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