Os jornais poveiros do período em que a pequena Alexandrina esteve na Póvoa permitiam escrever um longo e instrutivo folhetim. Aliás, é um estudo que precisa de ser feito e que um dia tentaremos.
Verdade seja dita que havia republicanos e republicanos: é indispensável matizar. Muita gente que ficou contentíssima com a instalação do novo regime viu depois que ele, na prática, era um embuste.
O prior da Póvoa – então o pároco da Alexandrina – que era um esclarecido lutador, partiu para o exílio em Vila do Conde em finais de Março de 1911.
Veja-se o que então se escreveu:
“Surpreendeu-nos dolorosamente a notícia do castigo com que o ministro da justiça distinguiu o ilustrado director d’O Poveiro e zeloso pároco desta vila, Rev. Manuel Martins Gonçalves da Silva. Dizemos distinguiu, porque hoje é na realidade uma alta distinção para os Reverendos Párocos serem igualados, na perseguição, aos Ex.mos Prelados.
Porque foi o primeiro pároco do país desterrado do seu concelho e não só da sua freguesia: não pequena honra cabe também a esta vila e a este jornal por contar o seu pároco e o seu director entre as vítimas da intangível lei da separação.
Porque foi só ela – para nós não resta a menor dúvida – a única lei ofendida (?) nas práticas que o nosso Rev. Pároco fez às missas conventuais contra a maçonaria e denominadamente contra o triângulo maçónico desta vila.
A intangível é filha predilecta da maçonaria; quem esta melindra a filha melindra e vice-versa.
O nosso Rev. Pároco não atacou a intangível, mas atacou a maçonaria, o que vem a dar na mesma.
Inde irae”.
O Poveiro, 28/3/1912.