Final da narrativa da Paixão recolhida pelo P.e Terças em 29 de Agosto de 1941:
(A Alexandrina) ergue-se do pavimento onde estava crucificada e, ajoelhando, entoa com voz maviosa um suavíssimo hino, voltada para a igreja paroquial
Em teu coração, Jesus,
Em teu sacrário de amor,
Minha alma encontra abrigo,
Toda a doçura e amor.
Vem Jesus, vem ao meu peito,
Vem, vem ao meu coração!
Repousa em mim, ó Jesus,
Repousa em meu coração!
De pé, à janela e voltando-se para (a igreja paroquial onde está) o sacrário, faz a comunhão espiritual, dizendo:
Jesus, Jesus, doce amor do meu coração!
Jesus, Jesus, loucura da minha alma, vem a mim!
Sou tua, ó Jesus, e sem Ti não posso viver.
Tu és a minha vida, tu és o meu amor!
Vem depressa, ó Jesus, E não Te separes mais de mim!
Deixando a janela, donde se vê a igreja da freguesia, volta-se para a imagem de Nossa Senhora de Fátima, carinhosamente ornada de flores, numa peanha, ao poente do quarto:
Mãezinha, Mãezinha,
Ó terna e doce Mãe dos pecadores,
Pede a Jesus o perdão para os pecadores,
E para o mundo inteiro!
Mãezinha, quem ama o Teu Jesus ama o Teu coração;
Quem ama o Teu coração ama o Teu Jesus.
Mãezinha, compadece-Te da terra culpada;
Mãezinha, Mãezinha, salva o mundo teu!
Mãezinha, Mãezinha,
Abençoa todos os filhos de Jesus
E a todos dá o teu amor e a tua bênção!
As palavras tão maviosas com que a vidente pronunciou o hino ao S.S. Sacramento e invocação à Virgem foram tão cheias de melodia e elevação espiritual que mais pareciam linguagem de anjo falando aos homens do que expressões de criatura humana. Davam impressão do gorjeio de uma ave celeste, entoando louvores a Deus, perdida no meio de uma floresta.
Terminadas as despedidas à Virgem, Alexandrina dirige-se ao leito, deita-se e a irmã dela aproxima-se e agasalha-a com a roupa da cama.